Após 2 horas perdidas na fronteira pegamos um táxi em conjunto para ficar mais barato e fomos para estação de trem comprar as passagens. Chegando lá a primeira vista não foi muito animadora, afinal, eram 8:00 horas da manha e já tinha uma fila gigante. A segunda vista foi pior, a tal ? “Boleteria”? (bilheteria :-) só abria as 13:30. O jeito era entrar na fila e esperar. Como tinha tempo de sobra comecei a analisar a vizinhança. Baita lugarzinho sinistro aquele uma terra de ninguém. Nada podia ser pior,certo? Errado podia ser muito pior... Primeiro foi o sol, cara? Que lua... tava uns 35° pela manha e sem água porque não tinha um para vender. Então, lá por umas tantas uma senhora resolveu lavar a roupa suja e ?quebrou o pau? com o marido, ali, na fila mesmo. A tia tava braba. Deu medo, serio!!! Problemas conjugais a parte as horas passavam devagar. 
O trem da morte só é ainda, da morte, porque fatores como fila, calor, mosquitos, insetos, comida, poltronas, lotação, tédio e duração existem. Porque se forem anulados a viagem se torna realmente prazerosa.A noite dentro do trem já e particularmente difícil na primeira classe, afinal, a poltrona que julgava confortável após 10 horas de viagem já tinha perdido todas as suas propriedades ortopédicas a 9h. E como as poltronas são duplas o meu companheiro resolveu comprar uma suculenta galinha ensopada em umas das 514 paradas do trem. Sem rodeio sou frescuras ele atacou uma coxa da galinha que pingava um suculento molho vermelho com as mãos mesmo. Afinal todo mundo sabe que comer comas mãos e mais gostoso mesmo, certo?Convencido de que era impossível dormir pelos mosquitos, insetos e pelas mariposas que mais pareciam águias ou morcegos pelo tamanho.Resolvi fazer uma manobra audaciosa e passei, melhor, derramei em mim repelente para mosquitos. Pronto o problema com os mosquitos estava resolvido. Porem não me ajudou á dormir, afinal, eu era um repelente de mosquitos humano e não agüentava o meu cheiro.18 horas após ter entrado no trem a visão da Rodo-Ferroviaria de Sta.Cruz de la Sierra é emocionante.
Comentários